A venda de carros usados com 4 a 8 anos rodados subiu 4% no ano passado – eles foram a segunda “faixa etária” mais negociada no ano passado, perdendo apenas para os seminovos (até 3 anos). Hoje vou dar dicas para escolher corretamente um veículo dessa idade.Um carro com 6 anos tem o equivalente a 50.000 a 60.000 km rodados, em geral. Dependendo da marca e do modelo, a necessidade de manutenção nesta quilometragem pode ser decisiva entre um bom ou mau negócio.

Veja os itens que requerem mais atenção:

Pneus

Geralmente são substituídos entre 30.000 e 40.000 km, mas tem muito motorista que compra apenas um pneu e completa a troca com o estepe. Desta forma, ele substitui só os 2 pneus em pior estado de conservação.
Portanto, verifique atentamente o estado dos 4 pneus e não esqueça do sobressalente.

Amortecedores

As pessoas não param para pensar que os amortecedores vão perdendo a ação com o tempo. Eles não possuem uma data específica de validade, mas, depois dos 30.000 km, começam a perder a ação.
Então, se o carro em que você tem interesse estiver entre 50.000 ou 60.000 km rodados e os amortecedores ainda não foram substituídos, considere esses gastos na hora de pensar no preço do carro. Troca de pneus e amortecedores costuma ficar na ordem de R$ 3.000, valor que pode variar para cima ou para baixo, de acordo com ano e modelo do carro.

Correia dentada

Todos já sabem que não se deve ultrapassar os 50.000 km ou 3 anos de uso dela. Aliás, cobre do vendedor a nota fiscal da troca: esse item não pode ser negligenciado. Correia dentada vencida pode mandar seu cabeçote e até seu motor para o espaço!

Superaquecimento

É muito comum em veículos sem manutenção preventiva a presença de sinais de superaquecimento do motor. Procure por manchas rosadas (vermelho vem do aditivo da água) nas conexões das mangueiras, ao lado da válvula termostática, no radiador e ao lado da tampa amarela do reservatório de água do motor.
Estes sinais podem indicar vazamentos ou mau funcionamento do sistema.

Embreagem

Fazer o teste para identificar se a embreagem precisa ser substituída também é financeiramente significativo.
Se o câmbio for automatizado, aquele que possui embreagem mas faz as trocas automáticas, é imprescindível dar uma volta com o carro. Se existe um sistema que dá muita manutenção é esse: ou a embreagem se desgasta mais rápido ou ocorrem problemas no modulo gerenciador.
Além disso, é bom saber, a embreagem de um câmbio automatizado é mais cara que a embreagem de um mecânico.

Câmbio automático

É um sistema mais confiável, na maioria dos carros se faz necessário trocar o óleo hidráulico antes dos 50.000 km.
Por ser um serviço especializado, que precisa ser executado por profissionais habilitados, muitos motoristas deixam de fazer essa troca. E aí o que era uma simples troca de óleo poderá se transformar em um grande prejuízo.
Em veículos acima de 80.000 km, ignorar essa substituição poderá gerar perda de pressão interna do câmbio.
Antes de solicitar a documentação da manutenção, verifique no manual do proprietário qual é a recomendação da montadora.

Direção hidráulica

Se tiver ruído ou vazamento, é outro “osso”. Reparos na caixa ou bomba de direção hidráulica costumam chegar aos R$2 mil nos nacionais e R$4 mil nos importados.
No test drive você pode checar se existe barulho no sistema.
Porém, para verificar um possível vazamento, terá que levar o carro ao seu mecânico. Um bom indício de que algo não vai bem é se o nível do reservatório da direção hidráulica estiver baixo.

Lembre-se: as notas fiscais de manutenção e ou carimbos de revisão no manual são os acessórios mais atraentes. Elas mostram ao comprador quais serviços foram realizados e quais serão as necessidades futuras.

Se estiver vendendo seu usado, ofereça uma vistoria veicular ao comprador: mostre a ele que seu carro não possui problemas graves e que pequenos reparos, como troca de uma bateria, óleos e filtros, e retirada de riscos da pintura, entre outros, são serviços pequenos e pertinentes a veículos com essa quilometragem.

Fonte: oficina-do-g1