São muitos os problemas que podem estar relacionados com um carro fervendo. Falhas em componentes do sistema de arrefecimento, como bomba d’água, mangueiras, termostato, válvula do termostato, radiador, ventoinha ou mesmo a tampa do reservatório de expansão, fazem com que o motor não seja devidamente resfriado, podendo levar ao superaquecimento. Cada um desses componentes pode ser previamente verificado sem muitas dificuldades antes de levar o carro até o mecânico. Veja, a seguir, como:
Por que meu carro ferveu?
O motor de um carro trabalha constantemente sob altas temperaturas, pois é movido à combustão. Além da própria explosão que move os pistões, o atrito entre os componentes móveis do carro também gera calor, levando o carro a temperaturas cada vez mais altas. O superaquecimento do motor é, portanto, causado pela falta de refrigeração, de lubrificação ou pelo calor excessivo.
Óleo lubrificante
Quando o lubrificante usado não é de boa qualidade ou está velho, é possível que o filme de óleo entre as peças seja facilmente rompido, levando a um contato metal metal. Este tipo de contato leva a um acúmulo de calor muito grande, além de causar o desgaste das peças, contaminando o óleo com partículas de metal. Estas partículas que ficam suspensas no óleo podem causar mais atrito entre as peças, entupimento de válvulas e mau funcionamento dos componentes móveis.
Refrigeração
O sistema de arrefecimento do carro é o que garante a refrigeração dos seus componentes durante o funcionamento. Geralmente os problemas de superaquecimento são relacionados a vazamentos de líquido em algum ponto desse sistema ou ao uso de água da torneira (ou água do poço) como líquido de arrefecimento.
O uso de água da torneira é altamente prejudicial para os componentes do carro, pois essa água contém cloro, que reage levando à corrosão e ferrugem. A água do poço também causa corrosão, pois contém calcário. O líquido usado deve ser uma mistura entre água desmineralizada e aditivo de arrefecimento, desenvolvido exclusivamente para uso automotivo.
O que é o sistema de arrefecimento?
O sistema de arrefecimento garante a circulação do líquido de arrefecimento, responsável por trocar calor com os componentes do motor. Existem alguns componentes principais interessantes de serem conhecidos, pois são indispensáveis para o bom funcionamento desse sistema. Veja, a seguir, quais são eles:
Radiador
É uma estrutura que mantém as mangueiras com passagem de líquido em contato com o ar que vem da frente do carro em movimento. Esse componente é o principal responsável pela troca de calor que resfria o carro.
Ventilador
O ventilador é responsável por garantir que o radiador esteja recebendo fluxo de ar suficiente para a troca de calor, mesmo quando o carro encontra-se parado ou viajando em baixas velocidades. Em carros com ar condicionado, é possível que existam mais de um ventilador, ou mesmo um ventilador que trabalhe em diferentes velocidades, dependendo da situação do automóvel.
Reservatório de expansão
Garante que a pressão de líquido do sistema de arrefecimento esteja em níveis adequados. Na tampa do reservatório, existe uma válvula de segurança que abre quando a pressão no sistema aumenta demais, evitando, assim, problemas como estouro de mangueiras, vazamentos ou mau funcionamento do sistema de refrigeração.
Bomba d’água
É o coração do sistema de arrefecimento, que bombeia o líquido para todo o sistema. Esse componente garante que o motor em funcionamento receba refrigeração adequada, fazendo com que o líquido seja passado dele para o radiador e volte a ser bombeado quando o circuito for percorrido por completo.
Válvula termostática
Controla o fluxo de líquido de arrefecimento em função da necessidade do motor. Em situações em que o motor precisa esquentar para aumentar a eficiência da combustão, a válvula reduz o fluxo de líquido refrigerante, e, em situações de aquecimento excessivo, ela aumenta o fluxo.
O que fazer com o carro fervendo?
A primeira coisa a ser feita é parar o carro em um lugar seguro. Continuar andando com um carro superaquecido pode levar a problemas muito mais graves que podem custar caro para o condutor. É preciso ter cuidado também para não mexer no carro enquanto o motor não estiver frio, para evitar acidentes. Recomenda-se um tempo de espera entre 30 e 50 minutos antes de manipular qualquer componente do motor.
Tomadas as devidas medidas de segurança, vamos ver como identificar possíveis causas do superaquecimento e o que deve ser feito com a ajuda de um mecânico!
1. Verifique se a válvula termostática está travada
Quando ocorrem vazamentos próximos da válvula, é possível que seus componentes comecem a enferrujar, causando travamentos, falta de sensibilidade ou problemas parecidos. Uma inspeção visual na válvula é suficiente para identificar a ocorrência de ferrugem. Nesse caso é preciso trocar a válvula termostática e verificar o funcionamento dos sensores térmicos.
2. Analise se a bomba d’água está vazando
Falhas na bomba d’água, como trincas, furos e fraturas, podem levar a vazamentos no sistema de arrefecimento. Ao abrir o capô do carro, verifique a temperatura das mangueiras que entram e saem do radiador. Se elas estiverem em temperaturas diferentes, provavelmente o líquido de arrefecimento não está sendo bombeado para uma delas.
3. Veja se o ventilador está funcionando
O primeiro sinal de mau funcionamento da ventoinha é o ruído, que pode ser sintoma de atrito nas pás, podendo levar a um travamento do ventilador. Verifique também se o ventilador começa a funcionar com o motor quente e se ele para de funcionar depois que o carro já está parado (a ventilação costuma parar depois de 2 minutos com carro parado). Se a ventilação não parar, é sinal de falha no sistema de arrefecimento.
4. Descubra se o radiador está entupido
Quando partículas alojam-se nas aletas do radiador, a troca de calor fica comprometida e o carro superaquece. É comum identificar esse problema verificando que a ventilação permanece ativa mesmo com o carro parado. Nessas situações recomenda-se a limpeza do radiador e o reparo em deformações que possam ocorrer nas aletas.
5. Confira se existe falha da válvula de segurança
Caso a válvula do reservatório de expansão esteja danificada, aparecem gotas na tampa do reservatório, como se ela estivesse “suando” com o motor ligado. Esse tipo de problema compromete o sistema de arrefecimento como um todo, mas é muito simples de ser resolvido: é só trocar a tampa do reservatório de expansão.
6. Observe o funcionamento do cabeçote
Quando o carro é forçado a trabalhar com aquecimento excessivo, o motor começa a trepidar, falhar ou perder força. Ao retirar a vareta de óleo, se a cor dele for marrom clara e com gotículas de água impregnadas, é sinal de que o cabeçote está com sérios danos, e o carro precisa ser guinchado para não fundir o motor.
Todos esses problemas podem ser evitados com a cultura da manutenção preventiva. Manter o sistema de arrefecimento sempre limpo e com peças novas é a melhor forma de garantir que você não pare a viagem no meio do caminho com o carro fervendo. Mas, caso esse tipo de coisa aconteça, chame o mecânico e tome cuidado para não manipular o carro superaquecido.
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Fonte: Nakata