O sintoma clássico da gasolina adulterada é a percepção da falta de potência. Assim que você abastece, o pedal do acelerador fica “borrachudo”. Você sente que precisa acelerar mais para obter a mesma velocidade.
Veja outras pistas:
- geralmente, o consumo médio despenca 30%. É fácil de perceber para quem faz o mesmo percurso diariamente: o tanque dura menos;
- dificuldade para pegar pela manhã;
- pré-ignição (detonação): aquele ruído no motor semelhante ao de uma corrente de bicicleta trocando de marcha. Esse ruído ocorre nas saídas e, principalmente, em subidas, momentos em que o motor é mais exigido.
Como evitar?
Desconfie de odores estranhos saindo pelo escapamento, cheiros de solventes, querosene: são indícios de adulteração.
Se seu carro é flex, minha sugestão é abastecer alternadamente entre álcool e gasolina, 4 tanques de um combustível e um tanque do outro.
Você escolhe o combustível de sua preferência para rodar os 4 tanques. Explico: o etanol é capaz de limpar as impurezas da gasolina e a gasolina, por sua vez, também consegue limpar as impurezas do álcool. Abastecer apenas uma vez com combustível adulterado dificilmente prejudicará o motor do seu carro.
Só após o quarto tanque de um combustível ruim é que resíduos de carvão poderão começar a se depositar na cabeça dos pistões e válvulas. Daí vem a sugestão de alternar entre um e outro combustível a cada 4 abastecimentos.
Troque o óleo religiosamente no momento previsto pela etiqueta de troca. Se seu carro é movido apenas a gasolina, você precisa ficar mais atento, já eu não poderá recorrer ao álcool para fazer a limpeza do sistema.
Visite seu mecânico a cada 10.000 km: peça para remover as velas. Ele possui conhecimento necessário e poderá alertá-lo para evitar danos ainda maiores.
Futuro promissor
Descobrir as fraudes através dos danos causados ao motor do seu carro é fácil. Difícil é produzir as provas necessárias para penalizar os infratores.
A maioria dos produtos utilizados nas adulterações dos combustíveis são subprodutos do petróleo e a identificação destes contaminantes é feita através de equipamentos caros e especializados, como cromatógrafos e espectrômetro.
A Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis possui poucos equipamentos e poucos funcionários para fiscalizar os mais de 35 mil postos de combustíveis espalhados pelo Brasil. Apesar disso, ela vem trabalhando com empresas que produzem esses equipamentos. Esperamos que, em breve, venham novidades.
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