Durante os anos 90, ter um carro com 16 válvulas era sinal de luxo. Hoje as montadoras quase não lançam mais, mas há muitos ainda rodando. Você sabe, afinal, qual a diferença entre 8 e 16 válvulas?
Considerando um carro com motor de quatro cilindros (maior parte dos veículos de passeio), caso ele possua oito válvulas, serão duas por cilindro. Caso possua dezesseis, serão quatro por cilindro. A principal diferença entre eles é no desempenho do veículo. Um carro equipado com oito válvulas é mais ágil na arrancada e em baixa rotação. Porém, ao subir o giro do motor, nota-se uma sensação de “estrangulamento” e o motor perde eficiência, gerando menos potência.
Já o motor de “16v”, em alta rotação, tem ganhos significativos sobre o motor equipado com metade das válvulas. Isso acontece porque ele obtém mais ar para se juntar à queima de combustível. Esse tipo de motorização é indicado para quem gosta muito de pegar a estrada ou que deseja uma tocada mais esportiva ao volante. Na cidade, o 16 válvulas gasta mais do que o 8 válvulas. Já na estrada, o 16v geralmente é mais econômico.
Segundo Renato Romio, chefe do Laboratório de Motores do Instituto Mauá de Tecnologia, a febre dos carros com motor de dezesseis válvulas diminuiu, pois a indústria percebeu que o custo-benefício não valia a pena. “Além de tornar o processo de fabricação mais caro, o carro equipado com 16 válvulas é mais cansativo de dirigir na cidade. Por ter uma faixa de torque e potência em alta rotação, exige muitas trocas de marchas, ao contrário do “8v”, que tem essa faixa de torque e potência mais baixa e permite menos mudanças”, diz Romio.
Existe um mito por trás dos motores “16v”. Manutenção cara, alto consumo, pouca potência e etc. Todo carro necessita de manutenção preventiva. Caso isso não seja feito, o custo é muito maior para reparar o dano. Seja em 8 ou 16 válvulas.