Ao pensar em manutenção, o motorista sempre se lembra dos componentes mecânicos em primeiro lugar. Porém, o sistema elétrico também cumpre um papel importantíssimo no funcionamento do veículo, podendo imobilizá-lo em lugares desfavoráveis. Com o avanço da confiabilidade mecânica dos veículos, as falhas nos sistemas elétrico e eletrônico já compõem a maior fatia das origens de panes.
Quem nunca precisou sair com pressa e, ao virar a chave na ignição – nada? Ou comprou um rádio que pifou uma semana depois? As lâmpadas queimam com frequência? As 7 dicas abaixo reduzem a probabilidade de você ficar na mão por causa de uma bateria arriada, sofrer uma pane elétrica em um estrada, à noite, com chuva, ou levar multas devido a lanternas e/ou luzes de seta inoperantes. Confira.
1 – DESLIGUE TODOS OS PERIFÉRICOS ANTES DE DAR A PARTIDA
O motor de partida puxa muita corrente, em torno de 150 A (ampères, medida de corrente elétrica). Este alto valor exige grande esforço da bateria, a qual deve estar totalmente livre para esta tarefa de poucos segundos.
Antes de dar a partida, desligue tudo. Rádio, ar condicionado, faróis e carregadores de celular se mostram fundamentais para preservar o sistema elétrico do veículo, evitando danos a periféricos elétricos e eletrônicos.
Este cuidado reduz drasticamente a queima de luzes de seta, freio e lanternas.
2 – AGUARDE DEZ SEGUNDOS ANTES DE DAR A PARTIDA
A inicialização dos sistemas de ignição, injeção, elétricos e eletrônicos demora de 5 a 10 segundos, em média. Neste breve período, seu funcionamento puxa corrente da bateria, gerando carga no sistema. Muitas vezes, equipamentos como ar condicionado, faróis, rádio e limpadores de pára-brisa podem estar ligados, gerando grande corrente no sistema elétrico.
Parte considerável das panes elétricas acontece quando o condutor dá a partida com diversos periféricos acionados, sem aguardar os dez segundos recomendados. O enredo da tragédia segue este script:
O motorista estaciona o veículo com o ar condicionado, os faróis e o rádio ligados. Ao desligar o motor e retirar a chave do contato, deixa tudo acionado, pois são desativados automaticamente. Travam e vão fazer suas atividades.
Ao retornar com pressa de sair, colocam a chave na ignição e giram em uma tacada só, como todos os equipamentos elétricos funcionando juntos. O motor de partida entra em ação, gerando um pico de corrente e queima – por exemplo – o fusível do rádio e uma luz de freio.
Os proprietários que não observam esta boa prática se queixam de problemas elétricos frequentes no veículo. Em sua grande maioria, atribuem-nos à má qualidade do veículo ou à falta de esmero do fabricante. O caso mais emblemático remete aos modelos da Volkswagen dos anos 1990, como Gol e Santana, sempre lembrados pela recorrência de luzes queimadas.
Este pequeno cuidado contribui para a preservação do sistema elétrico de seu veículo.
3 – MANTENHA O RESERVATÓRIO DE PARTIDA A FRIO ABASTECIDO EM MODELOS BICOMBUSTÍVEIS
O que reservatório de partida a frio tem a ver com o sistema elétrico? Você pergunta.
Tudo. A partida é o momento no qual o maior esforço sobre o sistema elétrico ocorre. A frio exige maior esforço da bateria, gerando correntes de até 200 A, em alguns casos. Veículos bicombustíveis abastecidos com etanol enfrentam maior dificuldade para funcionar em dias frios. Esta situação exige atenção do proprietário do veículo na conservação da parte elétrica.
Em temperaturas normais, a ignição ocorre de forma quase imediata. Entretanto, ela se torna mais difícil em temperaturas mais baixas, mantendo o funcionamento do motor de partida por períodos tão longos quanto trinta segundos, sobrecarregando o sistema elétrico. Principalmente quando abastecido com etanol.
Manter o reservatório de partida a frio abastecido com gasolina aditivada contribui para a conservação do sistema elétrico do veículo, devido à redução drástica do tempo de acionamento do motor de partida até o funcionamento do motor.
4 – NÃO DEIXE O SISTEMA ELÉTRICO LIGADO POR MUITO TEMPO COM O MOTOR SEM FUNCIONAR
Permanecer com a ignição ligada por longo tempo, com o motor desligado, enquanto equipamentos como rádio, faróis e luzes internas permanecem acionados constituem práticas as a quais encurtam a vida útil da bateria.
Para alimentar na bateria do veículo aparelhos de grande consumo de energia, tais como compressores e aparelhos de som de alta potência, recomenda-se que o motor esteja em funcionamento.
Após meia hora de funcionamento dos periféricos com o veículo sem funcionamento, recomenda-se ligar o motor durante 5 minutos, pelo menos.
5 – VERIFIQUE AS ESPECIFICAÇÕES ANTES DE INSTALAR PERIFÉRICOS
Especialmente ao instalar aparelhos de som complexos, com muitos alto-falantes, subwoofers, tweeters, mid-ranges, módulos e telas múltiplas. Faróis especiais de xenon, LED e faróis de neblina e milha também necessitam de serviços bem executados.
O uso de fios e fusíveis bem dimensionados se mostra fundamental para manter o bom funcionamento dos acessórios e do sistema elétrico. Alguns profissionais cobram menos pelo serviço, com a contrapartida da economia na qualidade do material. Fios de menor espessura e fusíveis subdimensionados podem causar danos em todos os componentes. Soldas, emendas e fios desencapados podem gerar fuga de corrente e descarregar a bateria rapidamente.
Equipamentos potentes e sofisticados pedem profissionais preparados para uma instalação bem executada. Caso contrario, o barato pode sair muito caro.
6 – TROQUE A BATERIA A CADA 2 ANOS
Este é o prazo médio de vida útil de uma bateria, a depender da capacidade (“amperagem”) e quantidade de itens alimentados pelo sistema. Veículos com mais agregados eletrônicos, tais como módulos de ABS, EBD e ASC ou centrais de infotenimento, tendem a ter o componente trocado em períodos mais curtos.
Alguns eletricistas cometem o equívoco instalar uma bateria com maior amperagem, julgando deixar o sistema “mais folgado”, a fim de evitar sobrecarga do sistema. Porém, a engenharia dos fabricantes projeta o sistema de forma a equilibrar a potência dos equipamentos, a tensão (12 Volts) e a corrente. Alterar a capacidade da bateria desequilibra o sistema e causa mau funcionamento de alguns itens, os quais podem mau funcionamento ou causar a queima de fusíveis.
Ao fazer a substituição da bateria, a utilização de um modelo com as mesmas características de fábrica é fundamental para manter o bom funcionamento do sistema.
7 – TROQUE AS LÂMPADAS QUEIMADAS IMEDIATAMENTE
Lâmpadas de faróis e lanternas queimados deixam circuitos abertos e sobrecarregam a parte elétrica do veículo. Isso significa que haverá consumo de energia da bateria sem alimentar nenhuma lâmpada ou acessório, gerando fuga de corrente.
O sistema elétrico deve estar sempre “fechado”, sem conectores abertos, terminais desconectados ou fios expostos, sob risco de danos a todo o sistema. O principal sintoma de fuga de corrente se manifesta na bateria que descarrega com frequência.
Naturalmente, uma lâmpada queimada não causará, por si só, grandes problemas à parte elétrica. Porém, defeitos ocultos podem surgir paulatinamente em lugares ocultos, somando mais fugas de corrente e causar defeitos mas graves. Portanto, sanar pequenos problemas como as lâmpadas que não acendem o mais rápido possível.
NÃO FIQUE NA RUA
A maior causa de panes nos veículos modernos tem origem no sistema elétrico. Posto que os componentes mecânicos ganham confiabilidade a cada novo modelo ou geração, em conjunto com o rápido crescimento do uso de eletrônica embarcada, os cuidados com este sistema se mostram essenciais.
O grande aumento da eletrônica embarcada, acessórios audiovisuais e de conforto e conveniência demandam maiores cuidados com o sistema elétrico, posto que estes itens imobilizam o veículo em caso de falha. Com o aprimoramento da confiabilidade mecânica, as panes elétricas e eletrônicas já predominam nos modelos mais atuais.
Assim, conhecer pequenos cuidados com o uso e manutenção dos equipamentos elétricos do automóvel, assim como adotar pequenos costumes, tais como desligar os periféricos antes da partida, preservarão o motorista de ficar na rua e de grandes gastos com manutenção.
Fonte: educaçãoautomotiva