Muito murchos, os pneus aumentam o consumo de combustível. Muito cheios, deixam o carro menos estável. A calibragem é um dos cuidados fundamentais que você precisa ter para manter os pneus do seu veículo sempre em dia, mas não é o único. Thais Roland, mecânica e fundadora do site Coisas de Menino Nada, dá dicas básicas para quem quer rodar com segurança por aí.
Se você só lembra de calibrar na véspera de uma viagem longa ou quando o frentista oferece o serviço, está cometendo um erro básico. “Como no Brasil temos dias de muito calor, e às vezes alguns dias mais frios no meio do calor, o ar dentro do pneu expande e volta muitas vezes. Por isso, é importante olhar toda semana”, alerta Thais. A mecânica explica que é importante observar as recomendações do manual do veículo quanto à calibragem: o número de libras varia conforme o número de passageiros e bagagem do carro. E é essencial lembrar também do estepe na hora de calibrar os pneus!
No dia-a-dia, é importante cuidar para não ralar o pneu na guia da calçada ao estacionar. “Tem gente que, ao estacionar em uma ladeira, deixa a roda virada e encosta o pneu na guia. Deixar a direção virada é legal, mas encostar o pneu é ruim, porque fica sob pressão todo aquele tempo, fragilizando o pneu”, explica Thais.
A mesma regra vale para quem viaja e deixa o carro na garagem: se ele fica parado por muitos dias, também pode sofrer deformação, já que todo o peso do veículo estará sobre o apoio de uma pequena área do pneu durante um longo período de tempo. Neste caso, Thais recomenda que se deixe alguém responsável por dar sair com o carro pelo menos uma vez a cada 15 dias: “O carro é feito para andar. E não adianta dar uma voltinha no quarteirão apenas. O ideal é andar pelo menos 30 minutos”.
Outro ponto de atenção é quanto à durabilidade: a vida útil dos pneus é de, no máximo, cinco anos. É claro que, se houver muito desgaste, a renovação precisa ser antecipada. Para avaliar o desgaste da borracha, deve-se observar um indicador chamado TWI (Tread Wear Indicator): quando os sulcos do pneu atingirem a profundidade destas barrinhas posicionadas entre os sulcos, está na hora de providenciar a troca.
No próprio pneu, é possível descobrir a data de fabricação, indicada em um formato pouco comum, mas simples: procure as letras DOT na superfície do pneu e, ao final do código que seguem estas letras, observe os últimos quatro dígitos. Eles indicam a semana e o ano de fabricação. Por exemplo, se os dígitos forem 1016, isso significa que os pneus foram fabricados na décima semana do ano de 2016. Se não forem trocados antes, portanto, eles poderão ser usados, no máximo, até a décima semana do ano de 2021. Mesmo que não tenha atingido o nível de desgaste indicado pelo TWI, o pneu deverá ser trocado dentro do prazo de cinco anos. Thais chama a atenção para quem gosta de aproveitar grandes promoções, já que o barato pode sair carro se a loja estiver querendo empurrar pneus próximos ao final de sua vida útil.
Alguns especialistas recomendam que se faça rodízio de pneus, mas Thais reforça que deve-se verificar as recomendações do manual do veículo. Alguns fabricantes não recomendam a prática. Se não houver restrições, a prática ajuda a otimizar o desgaste dos pneus.
Pneus bem cuidados aumentam a segurança, melhoram o consumo de combustível e têm menos probabilidade de te deixar na mão. Motivos não faltam para você cuidar bem deles, certo? Afinal de contas, faz parte do papel de uma boa motorista não apenas dirigir bem e com atenção, mas também conhecer os cuidados básicos que o veículo exige para estar sempre em dia.
Fonte: DeCarona