Autonomia, consumo, desempenho, tecnologia embarcada… Esses são alguns dos critérios utilizados na hora da comprar de um carro, seja ele novo ou usado.
No entanto, o comprador que deseja um seminovo deve redobrar sua atenção na hora da compra. Afinal, para se livrar de um carro-bomba e mal cuidado é fundamental, antes de fechar negócio, conhecer o histórico de revisão e saber a quais condições o veículo foi submetido.
Itens que devem ser substituídos quando se compra um carro usado
Por mais que você confie no vendedor e acredite na boa manutenção do carro usado, existem alguns itens que você deve trocar assim que coloca as mãos no veículo. Afinal, um eventual problema em alguma peça pode colocar a sua saúde em risco e causar prejuízos muito maiores no seu bolso. Por isso, não faça economia de palito e veja como investimento a troca desses 5 itens em carro usado.
1 – Correia dentada
A correia dentada geralmente é feita de nylon e borracha e é responsável por sincronizar alguns dos componentes importantes do motor. Por isso, já imagina-se que se ela der defeito com o carro em funcionamento o estrago pode ser grande. E realmente é.
Sua função é sincronizar a abertura e o fechamento das válvulas com o sobe e desce dos pistões. Por isso, caso ela dê algum problema enquanto você está rodando com o seu veículo, as válvulas param e deixam de admitir o ar e o combustível e de eliminar os gases da combustão. Com isso, os pistões começam a se chocar com as válvulas abertas e logo o motor para de funcionar.
Dependendo da velocidade que ocorrer essa quebra, o motor deve ser levado até o mecânico para que ele troque as válvulas e faça retífica do cabeçote. Em algumas circunstâncias os pistões e as bielas deverão ser substituídas também.
O preço de uma correia dentada gira em torno de R$ 80, dependendo do modelo. A troca pode ficar um pouco mais cara se necessário fazer uma troca simultânea junto ao tensor.
O Boris explica que em casos que de motores com alta quilometragem, ou que não se sabe o histórico de manutenção, a troca casada é recomendada
2 – Pastilha de freios
Manter o bom estado das pastilhas de freio está diretamente ligado à sua segurança ao dirigir. Sua manutenção é considerada simples e barata. Além disso, evita o desgaste prematuro de componentes mais caros como o disco de freio.
Além da economia no seu bolso, a substituição desse componente pode salvar a sua vida e de terceiros. Afinal, elas são essenciais para o bom funcionamento do sistema de freios do carro e, em caso de falha, sabe-se lá o que pode acontecer…
Alguns automóveis têm uma luz de alerta no painel que acende quando a pastilha está chegando no final. Mas é bom lembrar que a maioria dos carros não tem. Caso esse seja o caso do carro usado que você comprou, existem alguns sinais que indicam o desgaste da pastilha, como ruídos agudos, perda de eficiência na frenagem e excesso de pó nas rodas.
Mas não espere esses sinais aparecerem e troque a peça assim que estiver com o veículo em mãos.
3 – Filtros de ar, combustível e óleo
Os filtros trabalham para evitar que as peças dos veículos sejam prejudicadas por resíduos ou sujeira, principalmente quando se fala do motor.
Filtro de ar
Ele é responsável por barrar as impurezas aspiradas pelo motor para que apenas o ar limpo chegue até a câmara de combustão. Com isso, se evita o desgaste prematuro de peças do motor como pistões e biela.
Ademais, se a troca não for feita no prazo estipulado (10 mil km) o acumulo de sujeira faz com que o propulsor trabalhe mais para puxar o ar e isso traz três consequências. Impurezas chegarão até o motor, o consumo será maior e o veículo pode perder desempenho nas retomadas de velocidade.
Filtro de combustível
Este componente atua eliminando as impurezas do álcool ou da gasolina antes de acontecer a queima do combustível e evita que a sujeira chegue até bomba de combustível ou ao bico injetor.
Quando não substituído no final de sua vida útil, ele compromete a bomba de combustível e deixa o sistema de injeção sujo. Isso gera falhas e afeta o rendimento do seu carro.
Filtro de óleo
Responsável por eliminar impurezas geradas pela fricção das peças do motor e da combustão, as fabricantes recomendam trocar o filtro de óleo entre 10 mil km e 15 mil km, mas sabe-se lá quando ele foi trocado no seu carro usado, não é mesmo?
Então, sua substituição é importante para evitar o dano nos pistões, anéis, cilindros e, em casos extremos, fundir o motor.
4 – Fluido de freio, óleo e arrefecimento
Fluido de Freio
Esse líquido tem um prazo de validade que não é condicionado à quilometragem percorrida, mas sim por data: 2 anos. O fluido de freio é higroscópico, ou seja, absorve a umidade presente no ar e por isso acaba se formando pequenas gotículas de água nele.
O freio trabalha em altas temperaturas que vão além do ponto de ebulição da água (100 °C). O fluído de freio foi feito para resistir a essa alta temperatura, gerada pelo atrito do disco com as pastilhas.
Quanto mais velho é o líquido, mais umidade ele absorve e, consequentemente, maior é a formação de gotículas nele, que fazem com que o sistema perca a sua eficiência e os freios acabam superaquecendo.
Óleo lubrificante
A principal função desse líquido é lubrificar as peças do motor para que ele trabalhe com melhor atrito e mais fluidez ajudando a preservar a vida útil dos componentes.
Mas, além disso, ele ajuda na refrigeração – já que a circulação do líquido evita o atrito e, consequentemente, o superaquecimento – e também na limpeza da propulsão.
Por esses motivos, sua troca é essencial, já que ele vai perdendo a viscosidade e começa a deixar de exercer suas funções da maneira adequada. O óleo ‘velho’ permite maior atrito entre as peças, aumenta o desgaste do motor, podendo até formar borras.
O ideal é que essa troca seja feita entre 5 mil km e 10 mil km – podendo variar de acordo com a quilometragem ou o uso diário do veículo – ou então a cada 12 meses.
Antes de realizar a troca, lembre-se que cada veículo utiliza uma especificidade de óleo diferente. Por isso, o carro usado que você acabou de comprar pode ter uma especificação diferente da que você está acostumado. Para saber qual vai lhe atender, consulte o manual do proprietário.
Fluido de arrefecimento
Também conhecido como líquido do radiador, ele é o responsável por manter uma temperatura ideal para que o motor trabalhe com eficiência. Composto por água desmineralizada e aditivo (etilenoglicol), a mistura reduz a possibilidade do líquido ferver, aumentando a temperatura necessária de ebulição e também reduz o ponto de congelamento do fluido permitindo bom funcionamento à baixa temperatura.
A substituição do líquido de arrefecimento pode variar de acordo com o fabricante do veículo. Alguns indicam a primeira substituição ao atingir 30 mil km ou um ano. Outros dizem que a troca deve ser realizada aos 120 mil km ou 5 anos. Por isso, ao comprar um carro usado certifique de que o manual também está presente, pois ele vai te indicar o tempo correto.
Nos veículos modernos, que contam com injeção eletrônica, o reservatório deve ser completado com água desmineralizada e um aditivo chamado água etilenoglicol. Esse aditivo não deixa o líquido ferver e evita o processo corrosivo, que pode danificar alguns componentes metálicos no motor.
5 – Velas de ignição
As velas são simples e discretas, passando despercebidas pelos motoristas que, as vezes, esquecem de trocá-las. Ela é responsável por gerar a centelha que provoca a explosão da mistura ar/combustível, a consequente movimentação do pistão e o funcionamento do motor.
Dentre os problemas de uma vela de ignição desgastada estão a dificuldade de dar a partida, perda de desempenho, aumento no consumo de combustível, o carro pode “morrer” sem nenhuma explicação quando está em marcha lenta, e o carro começa a “engasgar.”
A recomendação, geralmente, é que elas sejam trocadas a cada 50 mil km ou 60 mil km, mas devem ser checadas a cada 10 mil km. Por isso é importante recorrer novamente ao manual para saber do intervalo de substituição e especificações do componente.
Essa especificação, inclusive, é mais um motivo para você trocá-la caso tenha acabado de comprar um carro usado. Se utilizada uma vela fora das recomendações alguns componentes do motor podem ser danificados, o que aumentará ainda mais o seu prejuízo.
Para também fica ligado ao comprar um carro usado
Amortecedores
Não existe um prazo predeterminado para se fazer a troca dos amortecedores, pois isso varia de acordo com as condições em que o veículo é submetido no dia a dia. Então, a vida útil dessa peça é bastante variável.
Como, possivelmente, você não sabe quais condições o carro usado enfrentou antes de chegar na sua mão, é importante se atentar a alguns sinais.
O carro balançou demais ao passar por uma lombada, falta estabilidade em curvas, ou até mesmo aquele buraco relativamente pequeno pareceu fazer um estrago maior no seu veículo? Esses são alguns dos sinais de que o componente já não trabalha mais como deveria.
Outra dor de cabeça é que, com a falha nos amortecedores, os pneus também podem se desgastar de maneira irregular. Isso, além de aumentar os gastos – porque você vai precisar trocar o jogo de pneus – pode colocar a sua vida em risco.
Bateria
Pode até ser que você encontre um carro usado em perfeitas condições e com a manutenção feita da maneira correta, mas o proprietário nunca trocou a bateria do exemplar.
Isso não colocará a sua vida em risco, como é o caso de outros componentes dessa lista, e possivelmente você não vai perceber que ela está próxima de chegar ao fim da vida útil. Mas quando você menos esperar ela vai te deixar na mão, principalmente se for nos dias mais frios.
Então, se prevenir desembolsando algo entre R$ 300 e R$ 400 para comprar uma bateria de qualidade e não ficar na mão é um investimento que pode valer muito a pena.
Fonte: https://autopapo.uol.com.br/noticia/carro-usado-troque-5-pecas/