Um sábio ditado popular lembra que “é melhor prevenir do que remediar” – o que se enquadra perfeitamente à manutenção automotiva. O bom estado de conservação é fundamental para valorizar o carro na hora da venda. E a melhor forma de driblar a depreciação precoce é realizar as revisões programadas.
Durante toda a vida, todos os carros precisam passar por revisões periódicas, geralmente a cada 6 meses ou 10 mil quilômetros rodados – o que vier primeiro.
Porém, apesar do que é indicado por algumas concessionárias e oficinas mecânicas, nem todas as trocas, limpezas e correções são necessárias. Para não tomar um susto com a conta ao final de cada revisão, é bom se informar sobre os serviços realmente obrigatórios.
E aí, o que é mito e o que é verdade? Confira abaixo:
1. Alinhamento e balanceamento a cada 10 mil km: FATO
Idealmente, os serviços de alinhamento e balanceamento devem ser feitos a cada 10.000 quilômetros, sempre acompanhados do rodízio de pneus.
Há algumas exceções, como em casos de viagens por estradas muito esburacadas, por exemplo, onde é preciso avaliar se há necessidade de realizar alinhamento e balanceamento antes dos 10 mil km.
2. Limpeza dos bicos injetores antes dos 30 mil km: MITO
O tema da limpeza dos bicos injetores sempre causa muita divergência, porque nem sempre o tempo pode ser vinculado à quilometragem – como em casos de carro parado, por exemplo.
Dependendo do tipo de uso ou até mesmo do combustível, a necessidade da limpeza dos bicos injetores pode surgir bem antes dos 30 mil quilômetros.
Mas também há casos de pessoas que rodam até 60 mil quilômetros e não precisam fazer a limpeza dos bicos injetores do carro.
Então, o ideal é sempre trocar o filtro de combustível de acordo com as indicações do manual do proprietário e realizar a manutenção preventiva diretamente na concessionária (em casos de carros zero km) ou em uma oficina mecânica de confiança para saber a hora exata de fazer o serviço.
3. Cristalização ou espelhamento da pintura antes dos 20 mil km: MITO
Serviços de Estética Automotiva não têm relação com a quilometragem, mas sim com o uso que você faz do carro.
Quanto mais exposto aos raios UV do sol, à chuvs e às seivas das árvores, mais rápida será a necessidade de refazer a cristalização ou espelhamento de pintura.
Vale lembrar que todo carro zero km já sai de fábrica com uma camada de verniz suficiente para proteger e dar brilho à pintura.
A cristalização e o espelhamento têm duração máxima de até 6 meses e são indicados em casos de pinturas manchadas ou opacas (sem brilho).
Por isso, estes serviços estão perdendo espaço para a vitrificação automotiva – serviço com maior resistência e durabilidade contra as agressões externas do ambiente, como manchas das seivas das árvores, raios solares, chuva ácida e fezes de aves.
Geralmente, até os 20 mil km, um simples enceramento a cada 2 meses é suficiente para proteger o carro e mantê-lo brilhando, desde que executado com produtos indicados e por profissionais da área.
4. Uso de aditivo na água do radiador: FATO
Os problemas mais comuns relacionados ao sistema de arrefecimento da maioria dos carros deve-se justamente à falta de aditivo na água do radiador.
Sem o aditivo, os componentes e peças metálicas ficam expostos ao efeito corrosivo da água. Além do mais, o uso de aditivo na água do radiador ajuda a prolongar a vida útil dos sensores térmicos e das válvulas termostáticas.
O que pouca gente sabe é que outra função importantíssima do aditivo é evitar o superaquecimento do motor por falta de água no radiador.
ATENÇÃO: Jamais, sob hipótese alguma, deve-se utilizar água da torneira no radiador do carro! Somente água desmineralizada pode ser adicionada ao radiador.
Ainda, lembramos que não é necessário colocar aditivo sempre que completar a água do radiador em postos de gasolina. Fazer isso nas revisões é suficiente para carros novos.
5. Uso de aditivo no óleo do motor: MITO
Ao contrário da recomendação anterior sobre a necessidade de colocar aditivo na água do radiador, o mesmo não se aplica quanto ao aditivo no óleo do motor.
Quem segue corretamente o plano de manutenção e utiliza o óleo indicado pela montadora, dispensa a utilização de qualquer aditivo para o motor.
Cerca de 30% do arrefecimento do motor é feito pelo óleo lubrificante e cada motor é fabricado para operar de acordo com uma viscosidade de óleo específica. A utilização de aditivos pode ser prejudicial à lubrificação do motor, já que o óleo mais grosso enfrenta mais dificuldade de passar pelas galerias de lubrificação.
Por este mesmo motivo, já desmentimos quem acredita que “é melhor colocar óleos ‘mais grossos’ em carros antigos”.
CUIDADO: Problemas de lubrificação podem “travar” o motor do carro por conta do atrito dos metais. Se isso acontecer, só fazendo a retífica do motor ou até mesmo a troca do motor para resolver.
6. Substituição das velas a cada 30 mil km: MITO
Em média, o tempo para troca das velas de ignição é a cada 20 mil ou 30 mil quilômetros. Este período varia, mas não costuma passar dos 50 mil quilômetros, dependendo do uso e de cada modelo do carro.
O ideal é consultar o que diz no Manual do Proprietário, pois cada modelo de cada montadora possui uma especificação própria.
A maioria dos fabricantes de automóveis populares recomenda que as velas de ignição sejam checadas a cada 10 mil quilômetros rodados, como forma de manutenção preventiva.
“Mas se a troca das velas deve ser feita a cada 20 mil quilômetros, por que devo verificar a cada 10 mil km rodados?”, você deve estar se perguntando. Precisamos considerar a quais condições de uso o veículo é submetido.
Com o trânsito intenso das grandes metrópoles, o tempo que o carro fica parado com o motor funcionando não altera a quilometragem, mas infere no uso e no desgaste das velas.
Por isso, a troca das velas de ignição deve ser feita respeitando a média dos 20 mil quilômetros rodados, levando sempre em consideração as variáveis de uso.
7. Higienização do ar-condicionado a cada 6 meses: FATO
Dar a devida atenção aos cuidados básicos com o ar-condicionado automotivo é questão de saúde.
Em geral, o mais recomendado é fazer a higienização do ar-condicionado automotivo a cada 6 meses para evitar a proliferação de vírus e bactérias no interior do sistema e acabar com o mau cheiro.
Também é indicado realizar a manutenção preventiva do sistema do ar-condicionado do carro a cada 30 mil quilômetros ou antes, caso haja sinais de mau cheiro ou dificuldade de ventilação no sistema.
Apesar de parecerem procedimentos simples, tanto a manutenção quanto a higienização do ar-condicionado automotivo requerem conhecimento e mão de obra profissional, principalmente em serviços que envolvam a limpeza do evaporador, do compressor e demais componentes do sistema de ar.
A melhor solução para realizar as revisões periódicas obrigatórias de carros zero é recorrer à própria concessionária e sempre respeitar o plano de manutenção do veículo.
Se você é o(a) proprietário(a) de um carro seminovo ou usado, o ideal é sempre recorrer a um auto center de confiança, com ferramental adequado e profissionais capacitados para realizar a revisão automotiva e possíveis manutenções.
Assim, você irá valorizar e prolongar a vida útil do veículo, além de evitar dores de cabeça e gastos desnecessários.
Fonte: MixAuto Center