Pneus são peças fundamentais na estabilidade e na frenagem do veículo.
Diferença do diâmetro sobre pneu original não deve ultrapassar 3%.
Entre os itens de segurança mais importantes de um carro estão os pneus. E, para garantir a estabilidade do carro e realizar frenagens seguras, é ideal que eles sejam calibrados toda a semana e ainda frios, conforme as fabricantes. No entanto, levar o carro ao posto para fazer a calibração não resolve nada, se o pneu não estiver de acordo com as especificações estabelecidas para aquele tipo de carro.
Como eles precisam suportar a carga do veículo, amortecer, transmitir força de tração e atuar na frenagem, a substituição dos pneus por outros não originais requer muito cuidado. Fora isso, por causa da resistência ao solo, eles atuam diretamente no consumo de combustível, em outras palavras, se o pneu é o correto, o carro gastará menos.
“Existem pneus para cada tipo de atuação: carro com motor fraco, com motor mais potente, caminhonetes, SUVs etc. O consumidor tem que identificar o segmento do carro e procurar a linha de pneus que ele precisa”, explica o gerente de Marketing de pneus de automóveis da Goodyear, Vinícius Sá.
Mas as características vão além. A parte do pneu que fica em contato direto com o solo chama-se banda de rodagem. Ela fica disposta sobre as lonas (estrutura de cabos de aço muito finos) e recebe o desenho do pneu com partes cheias (biscoitos ou blocos) e partes não preenchidas, conhecidas por sulcos. Segundo Sá, esses desenhos determinam o tipo de uso dos pneus, seja misto (para estrada e terra), 100% asfalto, 100% terra ou mesmo com melhor desempenho para chuva.
“Existem desenhos que são mais esportivos, mais eficientes na chuva, mas que são das mesmas medidas que veio no original. Essa troca pode ser feita”, observa o gerente geral de engenharia de vendas da Bridgestone, José Carlos Quadrelli. Por este motivo, as indicações existentes no manual do carro são muito importantes. Nele, inclusive, é onde se encontra qual a calibração ideal para o modelo.
O recomendado é que o pneu escolhido tenha a descrição de serviço maior ou igual ao original homologado pela montadora e a diferença do diâmetro externo com relação ao pneu original não deve ultrapassar 3% no caso de pneus de automóvel. Também é importante observar a descrição de serviço do pneu, o Índice de Carga e Símbolo de Velocidade (veja tabela).
Pneu diferente em uma das rodas, pode?
Em relação às diferentes marcas e modelos, as fabricantes orientam que o consumidor mantenha, obrigatoriamente, pneus iguais em um mesmo eixo do veículo. É recomendado ainda que se siga esta orientação para as quatro rodas. Também deve-se evitar a montagem de pneus de dimensões diferentes num mesmo veículo.
“Pneus de modelos e marcas diferentes, ainda que tenham a mesma medida, podem ter diferentes construções e elementos em sua composição que prejudiquem o controle do veículo em situações de risco”, ressalta o gerente da Goodyear.
Pneus verdes
Com as novas regras para a indústria automobilística nacional, estabelecidas pelo regime automotivo Inovar Auto, as montadoras terão de correr atrás de fornecedores que ofereçam soluções para diminuir as emissões de CO2, o que está diretamente ligado ao consumo de combustível. Isso inclui os pneus. Não é de hoje que se fala em “pneus verdes”, mas mesmo sendo uma tecnologia mais cara, a tendência é que se popularizem.
Além de carregarem na composição substâncias renováveis, sua estrutura diferenciada, com menos atrito, possibilita a redução da resistência ao rolamento, facilitando o trabalho do motor.
“Apesar de ser mais caro, o custo-benefício está na economia de combustível”, observa José Carlos Quadrelli, que observa que a Bridgestone foi pioneira neste tipo de tecnologia. “A ideia é continuar fazendo investimentos nessa linha de produtos com baixa resistência a rolamentos, inclusive para veículos de carga. É um trabalho feito em conjunto com as montadoras”, destaca Quadrelli.
É difícil calcular a economia de combustível proporcionada por este tipo de pneu, até porque depende muito da forma de condução do veículo. No entanto, a Goodyear, afirma que a economia de seu produto pode chegar a 5,6%. Assim, a recomendação dos especialistas é de que o pneu seja muito bem “estudado” antes da troca.
Fonte: g1.com