Você nunca se questionou sobre qual dos tipos de freio oferece maior segurança ao dirigir?
Ou sequer sabia que existia mais de um?
Se essa é a sua realidade, não se envergonhe.
Embora o freio de carro seja um dos componentes mais importantes, não é todo mundo que conhece esse item na hora de escolher um novo modelo.
Ter um design bonito, um motor potente e econômico, ar condicionado e uma direção leve e macia basta para muitos consumidores.
Mas você deve lembrar o seguinte: quando precisar agir rápido para evitar um acidente, a atuação do sistema de freio automotivo será determinante.
Ou seja, não é exagero afirmar que um bom sistema de freios de carros pode salvar a sua vida.
É em razão de tamanha relevância que construímos este artigo.
Vamos apresentar quais os tipos de freios existentes em veículos, no que eles se diferenciam e quais são os principais cuidados para manter seu bom funcionamento.
Ao longo da leitura, você vai ter respostas a questões comuns envolvendo o sistema de freios.
Vai saber, por exemplo, o que é ABS, como funcionam o freio a disco e o freio a tambor, qual a diferença entre freio a disco hidráulico e mecânico e muito mais.
Interessado nesse conhecimento?
Então, siga a leitura e descubra como os freios podem ser importantes na compra do seu novo carro.
Quais São os Tipos de Freio do Carro
Quando falamos em tipos de freio, os modelos a tambor e a disco são o mais conhecidos, talvez por serem mais antigos.
Mas a presença do ABS, de tecnologia mais avançada, passou a ser requisito mínimo em automóveis fabricados no Brasil.
Se você se pergunta por que e deseja entender no que eles se diferenciam, vale conhecer um pouco mais sobre as particularidades de cada um.
Vamos lá?
A tambor
O ano era 1902 quando o francês Louis Renault estabeleceu uma revolução com o seu freio a tambor.
Era um momento da história no qual os carros começavam a se modernizar, ficando mais velozes. Ou seja, a exigência quanto à frenagem crescia muito.
Talvez seja curioso, mais de cem anos depois, ainda estarmos falando dessa invenção, mas ou isso indica que ela ainda apresenta benefícios ou que novas tecnologias ainda não a superaram.
Ou as duas coisas.
O fato é que o freio a tambor é do tipo hidráulico.
Por essa característica, ao pisar no pedal, o condutor aplica uma pressão sobre o fluido de freio.
E a intensidade que ele utiliza no movimento é igualmente transmitida até as rodas, o que leva o veículo a reduzir ou parar.
O modelo foi assim batizado por ser justamente um tambor de ferro fundido ou material semelhante. Dentro dele, há duas sapatas semicirculares, que trazem lonas fixadas a elas.
Ao frear, essas lonas geram o atrito entre o cilindro da roda contra o tambor, o que leva às duas partes do freio a seguir o mesmo movimento.
Ou seja, conforme o tambor para, a roda acompanha.
Este artigo do site Salão do Carro informa que a eficiência de frenagem do modelo varia entre 15% e 30%.
É bem diferente de quando o freio a tambor é novo, momento em que pode alcançar até 60% nas rodas dianteiras e 40% nas traseiras em veículos com tração dianteira.
Sua tecnologia está de certo modo defasada, mas além de ter vantagens sobre o freio a disco em questões muito específicas, o que justifica sua existência é o baixo custo.
Resumindo, sai muito mais barato para as montadoras fabricarem veículos com um sistema a tambor do que com outros tipos de freio.
A disco
O freio a disco é uma evolução do tambor.
Sua invenção representou uma evolução importante na dirigibilidade e controle do veículo, algo fundamental conforme carros e motos adquiriam maior potência, desenvolvendo velocidades maiores.
Esse é mais um dos tipos de freio que funciona a partir de um sistema hidráulico.
Além do ferro fundido, é geralmente fabricado em cerâmica. O que ele faz é converter a energia cinética gerada pelo veículo em calor, resultando no atrito do disco metálico com a roda.
É o mesmo princípio do freio a tambor, mas substituindo a peça por um disco.
Entre as suas vantagens, está a maior eficiência de frenagem, que gera um ganho em segurança, além da maior resistência térmica, resultado do uso de discos ventilados.
Interessante citar ainda que os custos de manutenção são baixos, já que as pastilhas nesses tipos de freio têm boa durabilidade e são de fácil substituição.
No entanto, como seu custo eleva o preço de fabricação do veículo, o mercado adotou a prática de colocar freios a disco nas rodas dianteiras e a tambor nas traseiras.
ABS
O freio ABS é um acrônimo da expressão em inglês Antilock Breaking System, ou Sistema de Freio Antitravamento, em português.
Essa é uma tecnologia inicialmente desenvolvida para uso em aeronaves, que depois chegou aos veículos terrestres.
No entanto, o ABS teve, ao longo dos anos, vários episódios em que foi aperfeiçoado, sendo que somente nos últimos 30 anos a indústria automobilística internacional passou a adotá-lo em larga escala.
No Brasil, esse movimento é ainda mais recente e remete aos anos 90. No entanto, a sua maior eficiência é atualmente indiscutível.
Tanto é assim que, desde 2014, os carros fabricados no Brasil ou importados para venda no mercado nacional não podem ter outros tipos de freio.
Então, freio a tambor ou a disco agora só em veículos com ano de fabricação anterior.
A exigência do ABS foi publicada na Resolução 312/09 do Contran, o Conselho Nacional de Trânsito, substituída pela Resolução 380/2011, que segue em vigor.
Em seu artigo 3º, onde estabelece o cronograma de implantação das novas regras, o texto diz o seguinte:
“§3˚ Todos os veículos produzidos a partir de 01 de janeiro de 2014, nacionais e importados, somente serão registrados e licenciados se dispuserem de sistema de antitravamento de rodas – ABS.”
Um fato curioso, revelado nesta reportagem do site G1, é que poucos dias antes da entrada em vigor das novas regras, muitos veículos vendidos no país ainda não tinham a tecnologia.
Mas como o ABS funciona?
Ele é composto por sensores de velocidade, bomba, válvulas e uma unidade controladora.
A rotação dos pneus é monitorada, de modo a identificar quando uma frenagem ocorre.
Essa informação é repassada ao controle do ABS, que ajusta a pressão da frenagem em cada roda.
Nessa hora, em vez de travar o disco como ocorre em outros tipos de freio, como tambor e disco, as pastilhas fazem uma pressão de forma rápida, harmonizando a desaceleração.
Na prática, mesmo que o motorista pise firme no pedal, ele impede o bloqueio das rodas.
Isso garante a aderência do pneu com o solo e assegura que o motorista mantenha o controle sobre o veículo.
Estacionamento
Basta mencionar o nome pelo qual ele costuma ser chamado para você identificar do que se trata.
Esse é o popular freio de mão.
Sua função, é claro, é impedir que o veículo se movimente enquanto está estacionado.
Mas ele também pode ser usado em uma outra situação bastante particular, que são os aclives.
Sabe quando a inclinação é tão forte que você precisa “segurar” o carro com o freio de mão no sinal vermelho para poder arrancar?
Por mais que essa pareça uma prática inadequada, ela causa muito menos prejuízos do que forçar a aceleração enquanto pisa na embreagem à procura do “ponto” perfeito para estabilizar o veículo
Uma arrancada forte nessa situação pode danificar seu sistema de freios.
Por outro lado, é preciso saber que o desgaste costuma ser muito maior do que em outros tipos de freio.
Ou seja, a necessidade de manutenção é mais alta.
Você sabia que, entre os diferentes tipos de freio, existe um que é eletrônico?
Essa é uma tecnologia mais recente e se refere ao freio de estacionamento.
Em carros modernos, um botão substitui a alavanca utilizada para impedir que o veículo parado e desligado se movimente.
Trata-se mais de um luxo do que uma necessidade, já que sua principal função é reduzir o esforço do motorista para acionar o mecanismo.
Vale lembrar, no entanto, que a ausência da alavanca amplia o espaço de aproveitamento interno no carro.
Principais Componentes do Freio
Você já conhece bastante sobre o funcionamento dos principais tipos de freio que encontra nos veículos que circulam pelas ruas do país.
Para reforçar esse conhecimento, veja agora quais são os componentes que integram esse sistema.
Tambor ou disco
Peça que é fixada à roda e acompanha seu movimento, sendo responsável por provocar o atrito com ela e gerar a desaceleração quando o pedal é acionado.
Servofreio ou hidrovácuo
É responsável por multiplicar a força que o motorista aplica ao pisar no pedal. Sua válvula inteligente é capaz de identificar a intensidade aplicada ao frear para transmitir a informação às rodas.
Cilindro mestre
É a peça que completa o serviço do servofreio. Ou seja, converte em pressão hidráulica a intensidade que o motorista aplica ao pedal. Assim, transmite a frenagem a todas as rodas, de maneira equilibrada.
Fluido
Esse é um líquido sintético que circula pelo sistema de freios a tambor e a disco, sendo o responsável pela transmissão da frenagem às rodas.
Sensores de rotação
Tecnologia exclusiva dos freios ABS, os sensores monitoram a velocidade dos pneus e abastecem a unidade controladora com essa informação.
Unidade controladora
Complementa o trabalho dos sensores de rotação, calculando as condições de frenagem mais adequadas para cada situação.
Problemas Comuns no Sistema de Freio do Carro
Felizmente, aquele que seria o problema mais grave, com o carro não desacelerando ao pisar no pedal, não é comum em nenhum dos tipos de freio.
Mas o sistema não é perfeito e pode gerar pequenos aborrecimentos.
Vamos conhecer os principais.
- Ao pisar no freio surgem ruídos estranhos
Quase sempre, o ruído se relaciona com as pastilhas de freio.
Quando recém-trocadas, pode ser consequência natural do material usado na sua fabricação.
Em outras situações, pode indicar desgaste. Quanto mais alto o barulho, maior o nível de desgaste das pastilhas.
- O pedal parece mais duro e pesado que o normal
É bastante provável que a causa esteja no servofreio, desde uma falha na vedação a um desgaste no motor.
- O pedal está muito baixo
Pode ser um vazamento de óleo no cilindro mestre ou uma avaria interna que afete a pressão.
Possíveis causas apontam também para vazamentos em outros componentes do sistema, como no cilindro de roda.
- Acionar o pedal parece pisar em uma esponja
O pedal “fofo” em geral indica a existência de ar no sistema – e isso vale para todos os tipos de freio.
Se o carro passou por uma revisão recente, talvez o ar não tenha sido totalmente eliminado.
O processo em questão é chamado de “sangria”, como explica Eduardo Guimarães, especialista técnico da marca Nakata neste vídeo.
- Ao pisar no freio, o volante vibra
Se o problema tiver origem nas rodas dianteiras, talvez haja discos de freios empenados ou o mesmo um defeito no cubo de roda, além de tambores deformados.
Importante: em freios ABS, a vibração é normal e não indica problema
- O freio de estacionamento não funciona
Esse é um indicativo de que as sapatas estão desgastadas ou desreguladas.
Faça um rápido teste e veja se consegue arrancar com facilidade com a alavanca acionada. Se isso ocorrer, o problema se confirma.
- O consumo do fluido de freio está alto
Essa situação costuma indicar vazamento, que pode atingir tanto o cilindro-mestre, quanto os cilindros das rodas e também as mangueiras.
Ao se deparar com qualquer um dos problemas listados aqui, mais vale prevenir do que remediar. Procure assistência especializada.
Pastilhas dos Freios
Em todos os tipos de freio, as pastilhas cumprem papel fundamental na desaceleração e parada do veículo.
Elas respondem diretamente pela qualidade e eficácia da frenagem. Ou seja, pastilhas desgastadas representam um risco importante.
Quando isso acontece, a pressão exercida sobre as rodas é totalmente alterada.
Mas como saber quando é hora de trocar as pastilhas?
Se você tem um dos veículos mais modernos o mercado, talvez tenha uma luz no painel reservada para esse tipo de aviso.
É um indicativo de troca que não exige maiores cuidados por parte do motorista.
Se não é o seu caso, você tem duas saídas: recorrer à audição ou à matemática.
No primeiro caso, é importante estar atento a ruídos metálicos, diferentes daqueles ouvidos logo após substituir as pastilhas. Já a segunda dica compreende a troca das pastilhas a cada 30 ou 40 mil quilômetros.
Para não errar, procure fazer uma revisão desse item a cada 5 mil quilômetros.
As pastilhas não podem ficar abaixo de dois milímetros de espessura, sob pena de danificar o disco e todo o sistema de freio.
9 Cuidados Importantes com os Freios do Seu Carro
Ao chegar até aqui, você já aprendeu sobre os tipos de freio e os problemas mais comuns que podem atrapalhar a frenagem.
Agora, é hora de saber o que está ao seu alcance para a manutenção e longevidade do sistema.
1. Seja suave ao frear
Sempre que você acionar o pedal do freio de maneira brusca, aumenta o desgaste do sistema e coloca os discos sob risco de empenamento.
O melhor a fazer é ter suavidade ao frear e só fazê-lo quando necessário.
Cada vez que você pisa no freio reduz a vida útil dele. Só não vale economizar à toa.
2. Tente não frear em curvas
A frenagem nas curvas é arriscada porque pode afetar a estabilidade e controle do veículo, especialmente se a pista estiver molhada.
Aqui, vale repetir a dica número 1: seja suave ao frear.
Procure se antecipar à curva, ficando atento à sinalização de trânsito que indica a sua proximidade.
3. Use o freio motor
Principalmente em declives, a utilização excessiva do freio pode provocar o superaquecimento do sistema e danificar alguns componentes.
É uma das principais causas do empenamento de discos de freio, por exemplo.
O ideal nesses casos é seguir com o veículo engrenado (marcha engatada). Além de poupar os freios, ainda ajuda a economizar combustível.
4. Não freie com o motor desligado
Seja por uma falsa sensação de economia ou qualquer outra razão, desligar o motor é um comportamento inseguro e que traz prejuízos ao sistema de freios.
Com o motor inoperante, o pedal fica pesado porque a câmara de vácuo não funciona.
5. Fique de ouvidos (e olhos) atentos
Como comentamos há pouco, essa é uma dica válida para todos os tipos de freio.
Barulhos excessivos ao utilizar o sistema são um indicativo de que as pastilhas estão desgastadas.
Inclusive, conforme o nível do desgaste, a luz do freio de estacionamento pode piscar no painel do seu carro.
6. Verifique o fluido de freio
Não dá para negligenciar os cuidados com o fluido de freio.
Além de escolher o produto específico de acordo com o manual do proprietário do veículo, é importante saber quando fazer a troca e, antes disso, monitorar se há degradação ou contaminação.
Para saber como fazer a checagem, dê uma olhada neste vídeo.
7. Respeite os prazos de manutenção
Todos os componentes do carro têm uma vida útil limitada.
Para alguns, a hora da substituição chega bem cedo.
Quanto ao sistema de freios, vale ficar ligado no manual do proprietário, pois é lá que está a informação com o prazo exigido para a troca do fluido de óleo e das pastilhas, por exemplo.
8. Revise apenas com profissionais
De nada adianta ser um motorista cuidadoso se entregar seu carro aos cuidados de quem pouco ou nada entende sobre os tipos de freio.
Procure apenas profissionais de confiança, especializados nesse sistema.
O freio é coisa séria e qualquer serviço mal feito coloca você em risco.
9. Priorize peças de qualidade
O mesmo raciocínio da dica anterior se aplica aqui.
Se algo tiver que ser trocado no seu sistema de freios, nenhuma economia vale a pena, exceto se for receber um desconto na compra de peças de qualidade.
Buscar itens genéricos ou em mercados paralelos não garante a eficiência que você precisa para frear.
Além disso, esse tipo de componente costuma ter a vida útil muito mais curta.
Ou seja, você economiza agora para gastar mais logo ali na frente.
Curiosidades Sobre os Freios
Antes de concluir, queremos apresentar alguns fatos curiosos que se aplicam aos diferentes tipos de freio.
Confira:
A potência da frenagem é, no mínimo, três vezes superior que a do motor, pois a desaceleração exige uma distância muito menor que a retomada;
Freios mecânicos, que existem em veículos como o Fusca, só funcionam com o sistema a tambor;
Veículos pesados podem usar freios a ar, que tem maior capacidade de frenagem, mas que exige mais força e leva mais tempo para reagir;
Um freio ABS reduz a distância até a parada total em 20% no asfalto seco;
Já no asfalto molhado, o ABS ganha dos demais tipos de freio em 23%;
Como no ABS a frenagem não provoca o arrastamento das rodas, há maior durabilidade dos pneus;
Pela mesma razão, carros com o sistema ABS podem frear na curva sem derrapar;
Atualmente, os carros estão saindo de fábrica equipados com a nona geração do sistema ABS;
O ABS é um dos componentes do controle de estabilidade eletrônico, capaz de reduzir em 43% o índice de fatalidade nos acidentes de trânsito.
Conclusão
Você conferiu neste artigo informações sobre os tipos de freio e os cuidados necessários com a sua manutenção.
Vimos que esse é um sistema que exige muito da sua atenção, já que está diretamente relacionado com o controle do carro e, por consequência, com a sua segurança.
O mesmo vale para as motos, é bom registrar.
A obrigatoriedade do ABS começou no ano passado e se estende até 2019, quando todos os modelos fabricados aqui ou importados terão que ter a tecnologia.
Por mais que alguém alegue que isso impacta no custo dos veículos, é inegável que o sistema de freios representa um avanço e é muito mais seguro que os demais.
Então, para garantir a sua proteção, da sua família e dos demais atores no trânsito, fique de olhos e ouvidos atentos.
Se identificar algo estranho nos freios, corra para uma assistência especializada.
Caso reste alguma dúvida, não deixe de entrar em contato conosco.
Se gostou do artigo, compartilhe com seus amigos e ajude-os a também saber mais sobre os tipos de freio.
Fonte: Doutor multas