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Honda Accord 2019: primeiras impressões

Maior sedã da Honda tem cara de Civic, mas custa o mesmo que rivais de luxo. Por R$ 200 mil, entrega comportamento esportivo, conforto a bordo e tecnologia semiautônoma.

No mundo automotivo, “sleeper” é o termo usado para definir carros que, de sonolentos, só têm a aparência. Em outras palavras, lobos em pele de cordeiro.

O rótulo se encaixa perfeitamente na 10ª geração do Honda Accord, lançada no Brasil no Salão do Automóvel, em novembro passado. Quem olha para o sedã de linhas clássicas e claramente inspiradas no Civic não imagina do que o modelo é capaz.

Ainda que a Honda não divulgue oficialmente a aceleração de 0 a 100 km/h, nem a velocidade máxima, o sedã de quase 5 metros é capaz de cumprir a prova em cerca de 6,5 segundos, e alcançar mais de 250 km/h de velocidade máxima, segundo medições feitas no exterior.

Menor e mais eficiente

Motor 2.0 do Honda Accord fica pequeno dentro do grande cofre — Foto: André Paixão/G1Motor 2.0 do Honda Accord fica pequeno dentro do grande cofre — Foto: André Paixão/G1

Motor 2.0 do Honda Accord fica pequeno dentro do grande cofre — Foto: André Paixão/G1

As marcas, impressionantes para um veículo deste tamanho, vêm de um motor relativamente compacto, apesar de o enorme capô sugerir um propulsor igualmente grande.

O 2.0 de 4 cilindros com turbo substitui o veterano V6 3.5 aspirado. São 256 cavalos e 37,7 kgfm de torque, comandados por um câmbio automático de 10 marchas.

Tabela de concorrentes do Honda Accord — Foto: André Paixão/G1 e DivulgaçãoTabela de concorrentes do Honda Accord — Foto: André Paixão/G1 e Divulgação

Tabela de concorrentes do Honda Accord — Foto: André Paixão/G1 e Divulgação

As duas dúzias de cavalos não fazem diferença no desempenho, até porque o sedã está mais leve. De quebra, o motor menor é mais eficiente. Segundo o Inmetro, o Accord 2019, que só “bebe” gasolina, faz 9 km/l na cidade e 12,3 km/l na estrada, contra 7,8 km/l e 12 km/l do anterior, nas mesmas condições.

Entre dois mundos

Honda Accord 2019 — Foto: André Paixão/G1Honda Accord 2019 — Foto: André Paixão/G1

Honda Accord 2019 — Foto: André Paixão/G1

Ficou interessado? Aqui vai uma notícia não muito animadora. O Accord é vendido em versão única, importada dos Estados Unidos, e custa R$ 198.500.

A proximidade dos R$ 200 mil coloca o Honda em posição delicada diante de seus concorrentes mais próximos. Apesar de ser bem mais barato do que o rival histórico, Toyota Camry (R$ 206.200), custa mais do que Ford Fusion Titanium (R$ 179.900) e Volkswagen Passat (R$ 164.620).

O Accord também “compra” briga com concorrentes menores, mas do segmento de luxo, como Mercedes-Benz Classe C, Audi A4 e BMW Série 3, todos com versões abaixo de R$ 200 mil.

‘Civicão’

Honda Accord — Foto: André Paixão/G1Honda Accord — Foto: André Paixão/G1

Honda Accord — Foto: André Paixão/G1

G1 avaliou por uma semana a 10ª geração do sedã. Durante este período, em mais de uma ocasião, curiosos questionaram se tratava-se do novo Civic.

Desconsiderando a gritante diferença de tamanho entre os dois, é possível traçar vários pontos de ligação entre os “irmãos”, principalmente na dianteira. Vale lembrar que o Accord foi lançado quase dois anos depois do Civic.

A barra cromada que percorre toda a dianteira, chegando até as laterais dos faróis e as próprias, e o recorte reto do capô são bastante parecidos. Até as lentes possuem formato semelhante.

Comparativo da dianteira dos Honda Accord (acima) e Civic — Foto: André Paixão e Marcelo Brandt/G1Comparativo da dianteira dos Honda Accord (acima) e Civic — Foto: André Paixão e Marcelo Brandt/G1

Comparativo da dianteira dos Honda Accord (acima) e Civic — Foto: André Paixão e Marcelo Brandt/G1

O perfil de cupê não só foi reproduzido no Accord como também aprimorado. A queda do teto no sedã grande se prolonga praticamente até a tampa do porta-malas, enquanto o Civic possui uma interrupção mais brusca.

O visual é complementado por diversos cromados. O mais estiloso deles começa na coluna C e percorre toda a moldura superior das janelas.

Entrando no Accord, a cabine conservadora deixa claro que as semelhanças com o Civic ficaram restritas ao exterior.

O ambiente transmite sofisticação e agrada pela boa combinação de texturas e montagem com esmero.

Interior do Honda Accord é sóbrio e de bom acabamento — Foto: André Paixão/G1Interior do Honda Accord é sóbrio e de bom acabamento — Foto: André Paixão/G1

Interior do Honda Accord é sóbrio e de bom acabamento — Foto: André Paixão/G1

Blefe

Ao dar a partida, o motor 2.0 se comporta de forma mansa, como quem acabou de despertar numa manhã de segunda-feira. Puro blefe.

Percorridos alguns quilômetros, o Accord instiga o motorista a dirigir mais e mais. Uma boa posição de guiar, aliada ao baixo centro de gravidade, volante de diâmetro reduzido, direção firme e suspensão rígida formam um conjunto que combinariam mais com carros esportivos.

Por isso, dirigir o Accord é ter uma agradável surpresa. O comportamento dinâmico é excelente para um sedã executivo. Isso inclui acelerações, precisão nas respostas da direção e freios que transmitem segurança.

Câmbio automático do Honda Accord tem controle por botões — Foto: André Paixão/G1Câmbio automático do Honda Accord tem controle por botões — Foto: André Paixão/G1

Câmbio automático do Honda Accord tem controle por botões — Foto: André Paixão/G1

Tudo sem comprometer o conforto dos ocupantes. Rodando a 120 km/h, por exemplo, mal se ouve barulho de motor – no máximo algum ruído de pneu – fruto de um ótimo trabalho de isolamento acústico feito pela Honda.

“Maestro” do conjunto mecânico, o novo câmbio automático de 10 marchas promove trocas bastante suaves, e sempre no tempo certo. Nesta geração, a Honda trocou a alavanca convencional por botões. A adaptação é rápida, e não exige grandes sacrifícios.

A Honda ainda oferece três modos de condução: além do convencional, há um esportivo e outro que privilegia o consumo de combustível.

Espaço farto

Espaço é o que não falta no banco traseiro do Honda Accord — Foto: André Paixão/G1Espaço é o que não falta no banco traseiro do Honda Accord — Foto: André Paixão/G1

Espaço é o que não falta no banco traseiro do Honda Accord — Foto: André Paixão/G1

Com estas medidas, até jogadores de vôlei e basquete conseguirão se acomodar com conforto.

Só que quem vai atrás terá que se contentar com o gosto dos ocupantes da frente para a temperatura do ar-condicionado. O Accord não possui uma zona independente de regulagem para o banco traseiro, como acontece nos rivais.

Honda Accord tem ventilação para os bancos traseiros, mas não regulagem de temperatura — Foto: André Paixão/G1Honda Accord tem ventilação para os bancos traseiros, mas não regulagem de temperatura — Foto: André Paixão/G1

Honda Accord tem ventilação para os bancos traseiros, mas não regulagem de temperatura — Foto: André Paixão/G1

Fora isso, é muito bem equipado. Conta com central multimídia de 8 polegadas com conexões Android Auto e Apple CarPlay, quadro de instrumentos digital e configurável, bancos de couro com ajustes elétricos para motorista e passageiro, teto solar, câmeras de ré e no retrovisor direito, 8 airbags, carregador por indução, acesso e partida por chave presencial, sensores de chuva e luz, com farol alto automático, head-up display e faróis full-LED.

O sedã ainda é o responsável por estrear o pacote de condução semiautônoma Honda Sensing no Brasil, que inclui controle de velocidade de cruzeiro adaptativa (mantém a velocidade e a distância para o veículo da frente), alerta e correção de mudança de faixa e frenagem automática de emergência.

Sensor do Honda Sensing no Accord — Foto: André Paixão/G1Sensor do Honda Sensing no Accord — Foto: André Paixão/G1

Sensor do Honda Sensing no Accord — Foto: André Paixão/G1

Vale o que custa?

Esta é a pergunta decisiva. A tabela de preços da Mercedes-Benz indica que um C180 Exclusive sai por R$ 188.900. Já a Audi vende seu A4 Ambiente por R$ 197.990, praticamente o mesmo preço do BMW 320i M Sport Plus, de R$ 197.950 (modelo que está saindo de linha).

Mesmo se tratando de sedãs de fabricantes “premium”, o trio oferece nível de equipamentos inferior. Nenhum, por exemplo, tem as tecnologias semiautônomas.

Retrovisor com câmera do Honda Accord — Foto: André Paixão/G1Retrovisor com câmera do Honda Accord — Foto: André Paixão/G1

Retrovisor com câmera do Honda Accord — Foto: André Paixão/G1

A motorização também é menos potente: 2.0 de 184 cv e 190 cv no BMW e Audi, respectivamente, e 1.6 de 156 cv no Mercedes.

O custo para manter estes sedãs é outro bom indicativo do abismo que separa fabricantes “generalistas” das consideradas premium.

Enquanto as 5 primeiras revisões do Accord saem por R$ 2.951, a Mercedes cobra R$ 8.450 e a Audi R$ 9.314 para os serviços de C180 e A4, respectivamente.

A BMW não informa valores para o Série 3, e afirmou que “os veículos não têm um tempo pré-determinado para visitar a oficina”, já que possuem um sistema “que somente acusa a necessidade de troca de algum componente quando este está realmente no fim da vida útil”.

O Accord também leva a melhor nos custos de manutenção na comparação com Fusion (R$ 4.214), Camry (R$ 3.505) e Passat (R$ 3.200), mas não se sobressai em termos de equipamentos ou desempenho na comparação com o trio.

Conclusão

Se falar mais alto o lado do garoto propaganda de um BMW Série 3, e o status for a principal razão de compra, o Accord não é a escolha. Mas, se o objetivo é ter um veículo extremamente confortável, tecnológico e com bom desempenho, o sedã japonês estará esperando de portas abertas, cheio de virtudes.

Porta-malas do Honda Accord — Foto: André Paixão/G1Porta-malas do Honda Accord — Foto: André Paixão/G1

Porta-malas do Honda Accord — Foto: André Paixão/G1

Honda Accord 2019 — Foto: André Paixão/G1Honda Accord 2019 — Foto: André Paixão/G1

Honda Accord 2019 — Foto: André Paixão/G1

Quadro de instrumentos digital do Honda Accord 2019 — Foto: André Paixão/G1Quadro de instrumentos digital do Honda Accord 2019 — Foto: André Paixão/G1

Quadro de instrumentos digital do Honda Accord 2019 — Foto: André Paixão/G1

Honda Accord 2019 — Foto: André Paixão/G1Honda Accord 2019 — Foto: André Paixão/G1

Fonte: g1.globo.com

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