A grande maioria das pessoas acredita que, para trocar as rodas do carro, basta que os furos de fixação sejam coincidentes. Mas, tecnicamente falando, a coisa não é bem assim. É preciso prestar atenção a outros pontos que podem comprometer a dirigibilidade do veículo.
Para começo de conversa, é preciso que o diâmetro final do conjunto roda/pneu tenha o mesmo diâmetro que o conjunto roda/pneu originais. E explico o porquê. Quando a roda modificada tiver diâmetro diferente da original, por exemplo, substituir uma roda de aro 15 por outra de aro 16, será preciso compensar essa diferença no diâmetro das rodas utilizando pneus de perfil mais baixo.
Se o seu carro, por exemplo, utiliza pneus 195/60 como medida original, para usar uma roda de aro 16 você precisará utilizar pneus na medida 205/50, para que o diâmetro final das novas rodas tenha exatamente o mesmo diâmetro das originais. Esse cuidado é fundamental para que a relação final de transmissão do carro fique exatamente igual ao que os técnicos previram quando desenvolveram o carro.
Se você não tomar esses cuidados, e colocar pneus com medidas maiores que aquelas recomendadas acima, o maior diâmetro do conjunto roda/pneus tornará a relação final de transmissão muito longa, piorando as acelerações e as retomadas de velocidade além de comprometerem o consumo de combustível para pior. Caso você utilize pneus de medidas menores do que aquelas que foram recomendadas acima como ideais, certamente você tornará a relação final de transmissão muito curta, aumentando o nível de ruído nas estradas e piorando sensivelmente o consumo de combustível.
Isso sem contar que essa mudança na relação final de transmissão pode afetar até mesmo o funcionamento do computador de bordo, com indicação errôneas de pneu murcho ou descalibrado e até interferir no bom funcionamento do ABS e do controle de tração.
E outras considerações devem ser feitas: pneus mais largos, apesar de aumentarem a aderência lateral e melhorar as frenagens, aumentam o arrasto aerodinâmico e o atrito do pneu com o solo, piorando o desempenho e aumentando o consumo, além de tornarem mais perigosos os riscos de aquaplanagem nos dias chuvosos. Em contrapartida, pneus mais estreitos, apesar de reduzirem o arrasto aerodinâmico e o atrito de rolamento, pioram sensivelmente a aderência lateral e aumentam os espaços e frenagens. E, é claro, pneus mais estreitos são menos sensíveis a aquaplanagem.
Por isso, antes de substituir rodas e pneus, pense muito bem no que você vai fazer. Os resultados finais podem ser esteticamente bons mais tecnicamente desastrosos. Só substitua o conjunto original roda/pneu se você tiver a certeza do resultado final: um carro esteticamente mais bonito e adequado ao seu gosto, mas sem que isso afete a performance do carro em quaisquer circunstâncias. Vá em frente com a troca, mais seja sempre sensato.
Fonte: motorshow