O sensor de temperatura do motor é mais um dos itens da saga “tão importante, quanto ignorado”. Com isso em mente, elaboramos e dedicamos este post exclusivamente a essa peça. Para aqueles que não sabem, esse é o sensor responsável pela medição e informação precisa da temperatura do motor.
O funcionamento ocorre da seguinte maneira: na construção do sensor existe uma seção em cerâmica, chamada termistor. É por meio dela que o sensor capta as variações de temperatura e, em casos de superaquecimento, envia o sinal elétrico ao painel do carro, traduzido em uma notificação luminosa ao motorista.
Mas como acontece essa leitura de calor? Bem, o termistor tem a capacidade de variar suas propriedades elétricas, a depender da temperatura que está sentindo. Por exemplo: se o carro está frio, a resistência elétrica aumenta, ao passo que se o carro esquenta, a resistência diminui.
Saber a definição e funcionamento dessa peça é fundamental para entender a sua importância. Agora é o momento de conferir algumas dicas para a manutenção desse item. Acompanhe!
3 dicas para fazer a manutenção do sensor de temperatura do motor
Agora que você refrescou a sua memória quanto à definição e função do sensor de temperatura do motor, já pode explicar com propriedade ao seu cliente a importância dessa manutenção periódica. Basta lembrar à sua clientela que analisar o estado de conservação e, eventualmente, substituir a peça são práticas fundamentais para evitar problemas de reparos mais custosos.
O argumento que sempre convencerá o seu cliente é o que diz: é mais sensato substituir um sensor de R$ 40 a R$ 120 do que retificar um motor fundido por superaquecimento.
Confira agora as 3 dicas que facilitarão o cotidiano da sua oficina sempre que for trabalhar com essa demanda.
1. Siga as orientações da montadora, respeitando as particularidades do modelo
É bacana lembrar que de montadora para montadora, e de um modelo para outro, podem existir diferentes graus de sofisticação nos sensores. Por isso, é indispensável que você se atenha às orientações da fabricante expressas no manual do veículo.
Inclusive, é também no manual que você encontrará o período mais adequado para a revisão do item, assim como as recomendações de manuseio e substituição. A ampla recomendação aponta o intervalo de 30 mil quilômetros. Mas lembre-se: essa é uma média, comumente observada nos veículos de fabricação nacional.
Em tempo, apenas instale os componentes apontados no manual. A instalação de um sensor de veículos nacionais custando entre R$ 40 e R$ 60 não é indicada para um modelo importado, em que os sensores podem ultrapassar os R$ 100.
2. Realize a vistoria e troca no prazo recomendado
Novamente, não é porque o prazo comum seja 30 mil quilômetros que em todos os carros será dessa forma. Portanto, é fundamental a leitura do manual para a descoberta do intervalo apropriado. Além disso, vale lembrar que o prazo pode ser adiantado ou prorrogado, conforme a frequência com que o veículo roda.
Ressalte ao seu cliente que ele não deve ignorar a substituição da peça. Geralmente, após os primeiros 30 mil quilômetros o sensor já apresenta um desgaste avançado, com a capacidade de leitura e notificação de calor bastante debilitada.
3. Avalie o funcionamento dos componentes periféricos
Sim, a manutenção do sensor de temperatura sempre será acompanhada de inspeções em outros itens. Afinal de contas, é sua função garantir ao cliente que ele sairá da sua oficina com um veículo funcional, capaz de interpretar as variações de temperatura.
Por isso, mais componentes merecem a sua atenção durante essa manutenção. Veja quais a seguir.
Válvula termostática
Essa peça é responsável por auxiliar o motor a alcançar a temperatura adequada para o funcionamento. Ela cumpre essa tarefa ao impedir que o líquido de arrefecimento saia enquanto a temperatura ideal não é alcançada. Apenas nessa breve descrição você já pode prever os danos causados pelo mau funcionamento, não é mesmo?
Pois bem, existem alguns cenários agravantes que demandam a sua atenção. O primeiro é o que a válvula emperra, permanecendo fechada. Quando isso acontece o fluído quente fica preso, circulando no interior do motor e aumentando tanto a probabilidade de o carro fundir, quanto a do sensor ser permanentemente danificado.
O segundo cenário é o inverso do primeiro. Considere que a válvula emperre, porém, aberta. O veículo não sofre o risco de superaquecer. No entanto, o motorista perceberá uma diminuição no desempenho, justificada pelo fato de o automóvel estar rodando em baixa temperatura — imprópria para a circulação.
E não deixe seu cliente pensar que o segundo caso é menos grave. Lembre-o que nessas condições o carro apresentará um desgaste acelerado dos pistões, anéis e demais componentes influenciados pela temperatura inadequada.
Você, habituado ao cotidiano da oficina mecânica, provavelmente lembra da antiga — e antiquada — prática da remoção dessa válvula, com a falsa promessa de melhora no funcionamento do motor. De onde quer que esse boato infame tenha saído, esqueça isso!
Tenha certeza de que se uma peça foi projetada para compor o sistema de um veículo, a presença e atuação dela são indispensáveis. Se o seu cliente comentar ou pedir pela remoção, desmistifique essa história, explicando os fatos.
Mangueiras e bombas de água
Esses itens — em bom estado — são essenciais para a circulação do líquido de arrefecimento. Por isso, durante a inspeção avalie:
- se as mangueiras estão gastas, ressecadas ou apresentam pequenas rachaduras;
- se a bomba emite ruídos ou se a polia que a prende está folgada.
Lembrando que tanto bomba quanto mangueiras, em condições ruins, ocasionarão o vazamento de fluído, diminuindo o nível deste no reservatório. Com isso, o superaquecimento se torna mais provável.
Líquido de arrefecimento
Esse líquido nada mais é que uma composição mista de fluídos de refrigeração e água sem minerais. Ele é o responsável pela condução do calor gerado no radiador para então dissipá-lo no ar. Essa composição curiosa é o que possibilita a eficácia na condução do calor.
Mas como todo fluído com propriedades químicas agregadas, ele perde seu potencial ao longo do tempo. Portanto, consulte a recomendação da montadora quanto ao período para a sua substituição. Algumas montadoras também recomendam uma marca específica, sendo interessante respeitar a orientação.
Quanta coisa gira em torno de uma pecinha, não é mesmo? Você, enquanto profissional competente, tem o dever de ensinar aos seus clientes a função e importância do sensor, garantindo que eles não sujeitem os veículos a danos e, eles mesmos, a riscos.
Fonte: Fras-le